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Heloísa Capelas

Autoconhecimento para as novas lideranças

Quer obter resultados únicos e se diferenciar no mercado? Entenda como e por que a autoliderança ajuda a fomentar sua capacidade de inovar na gestão de si mesmo e da sua equipe



Existe uma fórmula mágica para engajar uma equipe? Para estimular os colaboradores à cooperação, à dedicação e à busca contínua por melhores resultados? Para liderar com entusiasmo, influenciar com positividade e deixar uma marca nos profissionais que compõem o seu time? Como especialista em treinamentos de autoconhecimento há quase 30 anos, posso dizer com toda certeza que a resposta é... Não! Não existe receita, não existe segredo e nem estratégia infalível.


Há muitas e muitas gerações, líderes de todas as idades e formações têm procurado respostas prontas neste sentido e, eventualmente, se deparam com o fato de que não é possível simplesmente reproduzir um modelo de gestão que funcione sempre e em todos os contextos.


Então, antes que você perca seu tempo seguindo o próximo guru da liderança, posso te contar uma coisa? O líder que você quer ser ganhará vida de dentro para fora, não ao contrário. Isso significa que não adianta copiar o modelo dos líderes que te inspiram simplesmente porque você não é eles.


Ou seja, você não possui as mesmas qualidades, nem os mesmos defeitos; você não tem a mesma história de vida, nem as mesmas experiências. É claro que você pode observá-los, aprender com sua forma de liderar, reconhecer a importância de seus atributos, no entanto, é você quem tem que definir para si mesmo qual líder quer ser com base naquilo tudo que já o compõe.


Isso é autoliderança, o atributo mais inovador disponível para os líderes da próxima geração – aqueles que desejam gerar resultados únicos e se diferenciar no mercado. Esses gestores terão de compreender que o modelo de liderança mais efetivo é absolutamente individual, único e intransferível. E que, portanto, trata-se de algo a ser descoberto e acessado a partir de um trabalho sério de autoconhecimento.


Na prática, o que estou dizendo é que você só vai ser o líder que sempre desejou se, em primeiro lugar, puder liderar a si mesmo. E liderar a si mesmo requer que você olhe para dentro para responder com honestidade: quais são suas maiores qualidades, aquelas que vai usar para se auto aprimorar e, depois, para comandar aos outros? Quais são suas falhas, aquelas que merecem sua atenção e que, se possível, serão sanadas com a colaboração dos demais que compõem o seu time? Ah, e quais são os objetivos que você deseja concretizar? Quais ações pode e deve adotar aqui e agora em prol desses objetivos? Qual é seu propósito de vida? Já parou para pensar nisso tudo?


Exercitar o autoconhecimento para liderar no futuro

Agora que chegamos aqui, talvez, você esteja se perguntando: como é que eu faço para praticar o autoconhecimento? E a resposta é: com intenção, paciência, persistência e prática. Autoconhecimento acontece todo dia, a todo instante, quando você decide parar por um momento para prestar atenção no que está pensando, sentindo e fazendo.


Essa prática é muito valiosa porque permite interromper padrões de comportamento que são negativos, compulsivos e automáticos. Em vez de simplesmente reagir ao que acontece, você decide como vai agir sobre o que aconteceu – e, assim, poderá empregar seus melhores comportamentos em vez de responder com gestos baseados em raiva, mágoa ou outra emoção negativa.


Além disso, o autoconhecimento nos tira do paradigma da perfeição, porque nos permite reconhecer e abraçar as nossas falhas. Sim, somos imperfeitos. E, se somos imperfeitos, tudo o que podemos fazer é investir em melhorias, além, é claro, de autorizar que as pessoas ao redor também sejam imperfeitas. No mundo corporativo, isso faz toda a diferença. Se você se autoriza a errar, porque entende que os erros acontecem e que pode aprender com eles, também será capaz de fazer o mesmo pelos integrantes da sua equipe.


A importância da autoliderança no cotidiano da jovem liderança

A nova liderança que desponta no mercado neste momento está frente a frente com questões jamais vistas e, por isso, terá de investir em atributos inovadores se quiser obter resultados diferentes de seus antepassados. Aqui vão cinco dicas que podem colaborar nessa construção:


  1. Pare, pense e respire antes de tomar qualquer atitude: pensar para respirar é o mesmo que respirar com atenção. E respirar com atenção ajuda a sair do “piloto automático” e tomar consciência de uma ação que pode estar sendo feita espontaneamente, ou seja, significa dar o primeiro passo para começar a se olhar com outros olhos, para começar a se enxergar com profundidade. Um verdadeiro líder precisa dessa consciência de que as suas decisões são sempre estratégicas e afetam não apenas o funcionamento da empresa, mas a vida de muitas pessoas que dependem dela. Por isso, apenas respire. Num momento difícil, respire. Num momento bom, respire. A respiração consciente ajuda a afastar o estresse, proporciona bem-estar, e estimula habilidades como criatividade, entusiasmo e raciocínio lógico.

  2. Procure agir com inteligência emocional: um líder que tem consciência sobre si e controle de suas emoções sabe usá-las com autenticidade para o bem-estar de si próprio e de seus liderados. Os resultados positivos são certos: ele consegue enxergar soluções e possibilidades naquilo que outros veem como caos porque possui, primeiramente, equilíbrio interno. Passa a ser um líder saudável, que possui qualidade para manter e preparar seus liderados e, assim, obter uma liderança sustentável.

  3. Seja positivo: positividade também é um treino. Treino de comportamento e, quanto mais você a desenvolver com consciência, melhores resultados terá. Faça, das situações adversas, suas aliadas para aprender e crescer. Em vez de lamentar o que deu errado, procure os pontos que podem ser aprimorados em busca de resultados melhores.

  4. Absorva e aceite as críticas: isso envolve também o treino da escuta. É preciso treino para receber as críticas, é preciso discernir o que, de fato, lhe pertence e o que você pode fazer com isso. Críticas podem ser poderosas alavancas se souber dar espaço e usá-las a seu favor.

  5. Dê valor e atenção às suas emoções: em vez de tomar decisões 100% lógicas e racionais, que tal dar espaço também ao que dizem suas emoções? A sustentabilidade das suas ações depende desse equilíbrio: de nada adianta você fazer o certo se, por dentro, isso lhe causa dor. Qual o caminho do meio?

  6. Perdoe a si mesmo e aos outros: como disse, você é uma pessoa imperfeita, assim como todos que estão ao seu redor. Isso significa que erros vão acontecer e que, assim como você não errou intencionalmente, o outro também não. Empatia é palavra de ordem para que possa construir relações mais bem-sucedidas com seus liderados!

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Artigo na íntegra em: https://www.revistahsm.com.br

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